terça-feira, 10 de março de 2009



  1. A foto é isso mesmo que você esta vendo-uma cobra em tamanho gigante como se dizia la no interiorzão (mais precisamente em Lucélia) e foi capturada na década de 50.O autor da foto provavelmente é um morador da cidade. É muito bom lembrar desse tempo que apesar dos pesares tenho ainda lembranças.Se alguém souber quem é o autor da foto avise que darei o crédito.

Um comentário:

  1. E aí, véio?

    > - Beleza, cara?

    > - Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.

    > - Quer conversar sobre isso?

    > - É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me
    > botando um terror, sabe?

    > - Como assim?

    > - Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo
    > doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar.
    > Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer
    > me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com
    > alguém?
    >
    > - Nunca.

    > - Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe
    > disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu
    > pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai
    > foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo
    > ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
    >
    > - Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem
    > uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua
    > mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?
    >
    > - Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que
    > meu pai tem um caso com a vizinha?

    > - Como assim, véio?

    > - Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então
    > ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles
    > dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear.. É
    > isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
    >
    > - Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
    >
    > - Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo
    > de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
    >
    > - Tipo o quê?

    > - Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato.
    > Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
    > - Caramba! Mas por que ela fez isso?
    > - Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
    >
    > - Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
    >
    > - E sabe a Francisca ali da esquina?
    >
    > - A Dona Chica? Sei sim.
    > - Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou
    > lá,paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
    >
    > - Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
    >
    > - Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me
    > contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter
    > feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não
    > gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo
    > um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que
    > ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
    >
    > - Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia
    > fazer isso com o filho.

    > - Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai
    > sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns
    > chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua
    > mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela
    > chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração
    > dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar
    > ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.
    >
    > - Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.

    > - É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes
    > ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar
    > que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco
    > nessa rua.

    > - Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?

    > - Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

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